Poema concebido em Campinas [SP/BRA] SET./2016
Argollo Ferrão, A. M. de (2016). Desfaçatez [web]. Disponível em <https://argollo.arquiteturadocafe.com.br/antologia/poetica/desfacatez/>.
Desfaçatez
Toda essa desfaçatez Fez de vocês Um bando Que dá a b. Só pra agradar o freguês. E nesse caso, o freguês tem grana E vocês têm a gana De quem engana E dá a b. Com toda a desfaçatez. Vão devagar — um por vez Pois a escola que lhes formou Apregoa que quem roubou Deve sempre dizer que não o fez, Assim mesmo, com toda a desfaçatez. Mantenham essas caras sérias De professores ilibados, Funcionários do mês, Profissionais cheios de predicados, Agora desmascarados vão parar no xadrez. Ninguém duvida do mérito de vocês, Afinal são merecedores da confiança De quem também dá a b. Sem quebrar o rito, aguardando a sua vez E assim manter o mito — com toda a desfaçatez. Até que enfim, acredito Que o dito pelo não dito terá fim — só no fim do mês, E as cobras veneradas, com seu próprio veneno Serão envenenadas todas de uma só vez E rastejantes rogarão piedade aos anjos que são três. Um que não crê nas bruxas mas reza a cartilha em inglês, Outro que tem coragem de enfrentar e jogar no ventilador O que o bando quer ocultar com toda a desfaçatez, E um terceiro que preza a liberdade e a sensatez Compondo o triunvirato ostentando o trinta e três. Por fim, digo mais uma vez, Que toda essa desfaçatez Fez de vocês Um bando que vende a alma E dá a b., só pra agradar o freguês.