Distorção

Poema concebido em Vitória [ES/BRA] ago./2018

Argollo Ferrão, A. M. de (2018). Distorção [web]. Disponível em <https://argollo.arquiteturadocafe.com.br/antologia/poetica/distorcao/>.

Distorção
Torce e se contorce mas ninguém vê
Que você se desdobra para ser quem é,
Há quem pense que chegou a pé,
Que solícito está sempre a mercê.

Ora, basta de conclusões precipitadas !
Basta de opiniões mal embasadas
Emitidas por quem sem escrúpulos
Recorre a boatos ou falsos fatos esdrúxulos.

Torce e se contorce mas ninguém percebe
Que você se sente como um nobre refém da plebe.
Pensa mas não diz que o ato rude que está por vir
Definirá no dia seguinte quem por último poderá sorrir.

Ora, para lá com essa mesma desculpa ignóbil !
Deixe de se contentar com sua mediocridade débil,
Refugie-se ou tente, ainda que pareça impossível,
Frequentar novas plagas que ao menos lhe proporcionem paz.

Torce e se contorce mas ninguém sequer imagina
Que você busca reencontrar sua auto estima,
A partir de atos simples e honestos que sempre cultivou
E cujo produto lhe tentaram subtrair — mas você não deixou.

Ora, basta de tanta patifaria e mesquinhez !
Basta de suportar a baixaria de quem fez o que fez…
Detratores incultos que se fazem de incautos,
E se locupletam proferindo insultos como nefastos arautos.