Poema concebido em Campinas [SP/BRA] dez./2011
Argollo Ferrão, A. M. de (2011). O vazio que ainda vaza [web]. Disponível em <https://argollo.arquiteturadocafe.com.br/antologia/poetica/o-vazio-que-ainda-vaza/>.
O vazio que ainda vaza
Enorme perda de tempo, Construir frases bem elaboradas Para dizer o óbvio, o belo, o simples. Não porque não se deve escrever assim, Mas sim porque via de regra Não se compartilha Com quem se deveria, Todavia, é assim que se comunica Com gente que nem se apresenta como tal. Nesse sentido é que eu digo Que o tempo, esse bem precioso, Não deve ser desperdiçado, enfim. E você pode reparar Que ao final do período Dedicado ao nada... Nada que se aproveite, Nada de nada, Ao final se chega ao nada, E a sensação que fica É a de um vazio imenso, Sonoro, gritante De tão vazio que é. Não adianta tomar consciência, Pois no dia seguinte Você vai jogar seu tempo fora, De novo. É o fim. É o fim A que todo cidadão Medíocre e desatento Acaba chegando, Mas você deveria evitar Porque o filme vai acabar E o mocinho não vai ficar Com a mocinha... Mas viverão felizes para sempre.