Para lavra

Poema concebido em Campinas [SP/BRA] out./2011

Argollo Ferrão, A. M. de (2011). Para lavra [web]. Disponível em <https://argollo.arquiteturadocafe.com.br/antologia/poetica/para-lavra/>.

Para lavra
Páginas em branco
E o pensamento solto,
Palavras ao vento não marcam
O momento em que a cena se realiza,
São como conchas na areia da praia,
Na beira do mar...
A maré vem, elas vão,
A maré vai, elas não
Deixam marcas, não
Registram o que são,
O que foram, o que serão...
O vento bate e elas se vão,
A chuva cai, e elas não
São levadas pela enxurrada
Que lava a alma e define
O que afinal se deve marcar.
A vida há de ser registrada
Em páginas repletas de sentimento,
Reflexos do pensamento — bom...
Páginas de um bloco mítico,
Metafórico, bloco de notas simbólico
Para lavra do nosso ser.