Poema concebido em Campinas [SP/BRA] abr./2015
Argollo Ferrão, A. M. de (2015). Poema surreal [web]. Disponível em <https://argollo.arquiteturadocafe.com.br/antologia/poetica/poema-surreal/>.
Poema surreal
Por mais surreal que tudo isso possa parecer, Espero que não deixes de pensar em mim Embora eu não pense mais em você. E o vínculo se esvai assim, Desprendendo-se até se romper, Por mais surreal que pareça esse fim… Da gandaia sobrou o violão, A cerveja, e o rabo de saia, Por mais surreal que fosse aquela praia… Do esmero sobrou o sabor, O sal, o amor, o tempero, Por mais surreal que fosse aquela flor. Da arrogância juvenil sobraram olheiras, O sono, o vazio, a mesma pasmaceira, Por mais surreal que parecesse ser a bandeira. E para o sóbrio senhor sobrou a música, A dança, a poesia, a literatura, Por mais surreal que fosse a vida após a sepultura. Por mais surreal que tudo isso possa parecer, Espero que não deixes mesmo de pensar em mim, Embora sabendo que eu nunca mais pensarei em você.