Poema concebido em Campinas [SP/BRA] dez./2011
Argollo Ferrão, A. M. de (2011). Poeta ao poente [web]. Disponível em <https://argollo.arquiteturadocafe.com.br/antologia/poetica/poeta-ao-poente/>.
Poeta ao poente
Pobre poeta irrequieto, Palhaço, pateta, piegas, Sempre pronto a realizar o seu número E a remexer no que está bem… quieto. Pobre ser inconformado, Não desconfia que a dor que ora oculta Lhe virá cobrar com juros em tempo oportuno, Tal como tortura latente, porque insepulta. Pobre ente macambúzio, Que de tão indiferente parece doente, Carente, absolutamente desmotivado, Afogado nesse marasmo, plangente. Canta poeta, o seu nobre parente canta ! Tanto que onde quer que esteja leva o som Da boa música sempre benfazeja, Arte mais pura, de absoluto bom tom. Nobre momento para refletir, poeta, Sobre o que sente e o que quer sentir Ao revelar sentimentos reprimidos, Com esforço banidos, como plano sem meta. Pobre poeta nobre, De quem se espera que nunca desista ! Vá em frente, não se dobre, cobre De quem não o segue até o fim da pista.